"Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti." Santo Agostinho

sábado, 17 de dezembro de 2011

Site ligado a "Igreja" Universal novamente ataca a fé católica zombando da imagem da Virgem Maria

Vejam esta imagem publicada no site http://universouniversal.wordpress.com/. Uma falta de respeito digna de nossa repulsa e sobretudo de nossas orações de reparação. Um detalhe, este site esta ligado com a IURD do pseudo bispo Edir Macedo.

Façamos esta oração de reparação:

Oh! Maria, minha Mãe Santíssima, desejando desagravar-Vos das ofensas que o Vosso Coração Doloroso e Imaculado recebe, e em especial pelas blasfêmias que se dirigem contra Vós, ofereço-Vos estes pobres louvores com o fim de Vos consolar por tantos filhos ingratos que não Vos amam, e consolar o Coração Santíssimo de Jesus, Vosso Filho e Senhor nosso, a quem tanto ofendem e entristecem as injúrias feitas contra Vós.
Dignai-Vos, Mãe Dulcíssima, receber este meu pobre e humilde obséquio; fazei que Vos ame e me sacrifique por Vós, cada vez mais; e olhai com olhos de misericórdia para tantos infelizes a fim de que não tardem em acolher-se, arrependidos, ao Vosso colo maternal. Amém.

Bendito seja Deus!
Bendita a excelsa Mãe de Deus, Maria Santíssima!
Bendita a Sua Santa e Imaculada Conceição!
Bendita a Sua gloriosa Assunção!
Bendito seja o Nome de Maria, Virgem e Mãe!
Bendito o Seu Imaculado e Doloroso Coração!
Bendita a Sua Pureza Virginal!
Bendita a Sua Divina Maternidade!
Bendita a Sua Mediação Universal!
Benditas as Suas Lágrimas e as Suas Dores!
Benditas as graças com que o Senhor A coroou Rainha dos Céus e da Terra!
Glória a Maria Santíssima, Filha Primogênita do Pai!
Glória a Maria Santíssima, Mãe Imaculada do Filho!
Glória a Maria Santíssima, Esposa Virginal do Espírito Santo!
Virgem Santíssima, minha boa e terna Mãe, eu Vos amo pelos que não Vos amam; eu Vos louvo pelos que Vos blasfemam;

Entrego-me totalmente a Vós, pelos que não querem reconhecer-Vos por sua Mãe.
Ave-Maria.
Oh! Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Os dois senhores da CNBB

O relativismo moral e ético das maquinações parlamentares da CNBB é mais que visível. É virtualmente delinquente. E o catolicismo? Jogaram na privada. A confissão religiosa é petista.

Leonardo Bruno, advogado católico
Escapou pela internet a notícia de que a CNBB fez um acordo secreto com a senadora Marta Suplicy, para aprovar tacitamente o PLC 122, a famigerada “lei anti-homofobia”. Em nota publicada na página da CNBB, de 7 de dezembro de 2011, a mesma negou que houve um acordo. Deu a entender que ocorreu apenas uma conversa, em audiência no dia 1º de dezembro de 2011, quando a entidade escutou a proposta da senadora, e reiterou o compromisso de “combater todo tipo de discriminação”. Linguajar visivelmente suspeito o do emissor da nota, o Cardeal Raimundo Damasceno Assis, de Aparecida.
Revelam-se aí duas versões diferentes e contraditórias. A pergunta que não quer calar é: quem está mentindo? Dona Marta Suplicy, que confirmou o apoio da CNBB? Ou a autonomeada entidade representante dos bispos do Brasil, que diz negá-lo? Se for verdade que existiu um acordo entre a política petista e os bispos (e muitas fontes confiáveis confirmam), a CNBB mostrou que é covarde, mentirosa e indigna do mínimo respeito de qualquer católico sério deste país. Diria mais, indigna do respeito de qualquer cristão.
A resposta do cardeal Raimundo Damasceno parece denunciar seu crime. Em nenhum momento ele falou em condenar o PLC 122 ou em denunciar a campanha homossexual de criminalização das opiniões religiosas incutidas na lei. Ou mais, nenhum pio sobre a proposta de Marta Suplicy, de transformar o cristianismo numa espécie de religião de gueto, onde as opiniões fora da Igreja podem ser marginalizadas, perseguidas ou excluídas da vida pública, através de medidas judiciais. Pelo contrário, sua opinião parece não querer assumir posições, para não afetar suscetibilidades políticas atuantes e comprometedoras. Suscetibilidades petistas, para deixar bem claro.
Está evidente demais a intenção de Marta Suplicy e do movimento gay. A lei é visivelmente perigosa para as liberdades individuais, uma vez que fere o princípio da liberdade religiosa e de pensamento, e cria mecanismos de censura contra qualquer indivíduo de criticar, contestar ou rejeitar publicamente o homossexualismo. O movimento gay quer destruir os padrões da família, espalhar educação homossexual nas escolas e, ainda, criar expedientes legais para prender quaisquer pessoas dissidentes desse projeto. No entanto, dentro da CNBB, o resto é só silêncio.
Mas não é o primeiro incidente envolvendo o nome da associação dos bispos.
Recentemente, o Conselho Indigenista Missionário da CNBB fez lobby político contra um projeto de lei que puniria agentes da FUNAI que não salvassem crianças indígenas do infanticídio. Ou seja, o direito à vida, que supostamente é defendido pelos bispos contra o aborto, não é válido para os menores indígenas. Nas palavras de alguns acólitos do Conselho Indigenista, isso criaria “preconceito” contra os índios. A CNBB abre uma exceção. Como na cabeça de certos antropólogos e padres esquerdistas de passeata, os silvícolas não passam de animaizinhos de laboratório de sua engenharia social, devem ficar eternamente isolados da civilização e dos direitos que ela promove, em favor de suas tradições culturais abjetas. Matar crianças indígenas? Isso é “direito” dos índios de viverem sua cultura criminosa. A CNBB contribui com a ideologia da morte. Ou mais, recusa a salvação das almas dos índios para o Evangelho de Cristo. Se as leis de Deus não chegam aos corações indígenas, pior é presumir que não cheguem ao coração do clero da CNBB. Esta transformou a fé católica num composto utilitário, tal como o New Age, o I Ching ou o horóscopo de jornal. O relativismo moral e ético das maquinações parlamentares da CNBB é mais que visível. É virtualmente delinquente. E o catolicismo? Jogaram na privada. A confissão religiosa é petista.
Ademais, o CIMI, pra quem não sabe, é uma entidade esquerdista sustentada pela Fundação Ford. Foi ele, junto com o CIR (Conselho Indigenista de Roraima), o idealizador da expulsão dos arrozeiros de Roraima na região de Raposa Serra do Sol. Através de uma articulação mafiosa, que envolveu políticos e até o STF, os clérigos esquerdistas da CNBB colaboraram para as manobras de um crime contra a nação brasileira. Em outras palavras, a economia de Roraima foi prejudicada pela demarcação de sua região e seu território entregue de mão beijada para ONG’s indigenistas parasitárias, financiadas com dinheiro estrangeiro. Milhares de brasileiros agricultores foram expulsos de suas terras e enviados para as favelas de Boa Vista, a capital do estado, levando os próprios índios. E atualmente a região, outrora rica e exportadora de uma das maiores produções de arroz no país, é um poço de miséria, que não poupa nem mesmo os nativos que perderam seus empregos.
A CNBB também agiu contra o arcebispo de Olinda, Dom José Sobrinho, que fez uma declaração relatando sobre a possível excomunhão dos médicos que participaram de um aborto de gêmeos, filhos de uma jovem que foi estuprada aos nove anos pelo padrasto. Embora o Vaticano tenha apoiado o arcebispo, a conferência dos bispos não moveu um apoio sequer. Pelo contrário, a CNBB resolveu atender à gritaria da turba e da imprensa, que queria crucificar o eclesiástico. Deixou o arcebispo em banho-maria. Na prática, jogou-o aos leões.
Na verdade, a CNBB pode ser qualquer coisa, menos uma entidade católica. Embora venda a idéia de representar os católicos do país, é apenas uma associação burocrática sem valor hierárquico na Igreja. Na prática, ela se tornou um braço ideológico do PT na Igreja Católica, falando indevidamente em nome dela e por ela, ainda que os católicos autênticos ou o Vaticano nem tenham sido solicitados. Porém, quem cala consente. Se os católicos realmente sinceros se calam diante do que é uma infiltração descarada dentro dos quadros da Igreja, pode-se dizer que também são covardes.
Fatos como os acima citados revelam dois comportamentos diferentes e seletivos: a CNBB é incisiva quando o assunto é o MST, a defesa do governo petista, o desarmamento civil, a reforma agrária e demais bandeiras de esquerda. E, no entanto, é tímida e omissa, quando a questão é a defesa intransigente dos valores católicos!
Já virou normalidade: muitos católicos militantes e pretensamente intelectuais se escandalizam quando os bispos, cardeais e padres são criticados pelas suas ações anti-religiosas e contrárias aos princípios da Igreja. Na prática, existe uma reverência inepta e cega ao sacerdócio, como se isso se confundisse com o papel das opiniões visivelmente heréticas e apóstatas do clero brasileiro. Escandalizam-se, porque também são cúmplices, são medrosos, não querem se comprometer combatendo essas violações indignas ao sacramento sacerdotal. A questão é elementar e bastante visível: se alguns padres e bispos, envolvidos com grupos ou partidos de esquerda, não respeitam a sua própria batina, por que o povo católico a respeitaria?
Eu já fui virulentamente criticado por católicos conservadores, pelo fato de atacar duramente a esquerda católica. Inclusive, fui chamado de "herético", por não respeitar comunistas travestidos de padres. Uma vez fiz a seguinte pergunta a um desses católicos "laboriosos", numa lista de rede de emails: “você teria reverência e respeito a um padre ou bispo introduzido pela KGB soviética? Imaginemos a KGB ministrando missa ou ouvindo a confissão católica”. Acabei expulso da lista. Em nome do respeito à batina e ao sacerdócio, os católicos omissos acabam por proteger e acobertar as ações da esquerda no clero, como se a batina fosse uma espécie de imunidade para qualquer atitude irresponsável e contrária às obrigações eclesiásticas e doutrinárias. É esta ação que afasta os católicos das igrejas, fartos da politização comunista descarada de padres e bispos comprometidos com a causa petista. E neste ponto, a CNBB é culpada pela destruição da Igreja Católica no Brasil. É a KGB do petismo com ordenação sacerdotal, é o esquerdismo sacramentado.
Julio Severo, o combativo militante evangélico que faz na internet um belo trabalho de denúncia às políticas gayzistas na sociedade brasileira, recebeu várias mensagens de católicos no seu blog, por conta da publicação do suposto conluio da CNBB com o movimento homossexual. Os católicos, mesmo os mais sinceros, querendo enganar a si mesmos, tentam corrigir o blogueiro, afirmando que a CNBB negou a aliança tácita. Por que será que os católicos se contentam com tão pouco? Percebe-se o quanto a Igreja Católica no Brasil está desorientada e perdida. Com exceção de alguns grupos dentro da Igreja, os católicos estão completamente omissos ao estado de coisas a que chegou o país. Viraram uma classe insignificante de pessoas, representada por um clero inepto e espiritualmente corrupto, inimigo da ortodoxia e do próprio Vaticano.
Não me espante que os católicos estejam virando cidadãos de segunda classe neste país. Se não fosse por uma parte barulhenta da bancada evangélica no Congresso, a ditadura politicamente correta estaria bem mais avançada. É supreendente pensar que um dos poucos defensores da integridade da Igreja Católica no Brasil seja um evangélico.
De fato, foi por conta do alcance das notícias de Julio Severo é que sabemos da podridão que se tornou o clero católico e seu comprometimento subserviente com a esquerda. Podridão que muitos dos católicos resistem em combater e denunciar.
Essa desorientação psicológica não se limita a CNBB. Ela foi também revelada quando a "Canção Nova", um dos berços da Renovação Carismática Católica, queria dar espaço em sua programação televisiva a um deputado, o tal Edinho do PT, apologeta do movimento gay e do aborto. O pior de tudo é que este mesmo deputado foi o responsável pelo confisco de panfletos emitidos por alguns bispos que criticaram a defesa do aborto, declarada pela presidente Dilma Rousseff, na época das eleições de 2010. Se não bastasse patrocinar a farsa da religiosidade de Dilma Rousseff numa igreja, quando ela mal sabia fazer o sinal da cruz, o deputado picareta Gabriel Chalita queria transformar a Canção Nova num novo curral do PT. Parece que não colou. E por quê? Por denúncia de alguns corajosos católicos e de Julio Severo, o evangélico!
Ao que parece, os católicos não sofrem apenas de desorientação psicológica. Sofrem mesmo de amnésia, ao não reconhecerem seus próprios inimigos. Eles se iludem em achar que algo vai cair do céu. Deus não respeita os covardes. Ele nos exige o dever de defender à sua Causa.
A CNBB, na Campanha da Fraternidade de 2010, dizia que não se pode servir a Deus e ao dinheiro, deturpando as palavras do Evangelho para seu credo comunista. E a mensagem que se encerra é: não se pode também servir a dois senhores. Qual senhor a CNBB serve? A Igreja de Cristo ou a religiãozinha laica do PT?

sábado, 10 de dezembro de 2011

Natal: tempo de presépios

Certos sinais são importantes para fecundar o sentido que sustenta a vida. Vivemos um tempo especial. O Natal é rico em sinais, com uma força que vem da beleza, dos gestos de fraternidade e dos convites para compromissos de solidariedade. De novo, neste tempo, as praças atrairão multidões pela singularidade de sua ornamentação, com iluminações criativas, muita gente, novidades, festa. 


As casas também são enfeitadas. Lojas e shopping centers recebem especial tratamento de beleza. Papai Noel ganha um destaque fora do comum, um realce que merece preocupação. O que acontece quando crianças entendem o Natal apenas como tempo de Papai Noel? O perigo se manifesta quando o sentido dessa figura [Papai Noel] se reduz ao interesse de ganhar um presente. 


O sonho de ser presenteado pelo velhinho encantado é também um sinal que possui força de evocações. Mas esse sinal terno do Papai Noel não remete, pelo menos de forma mais direta, às raízes do sentido do Natal. Mais importante que entender que é tempo de ganhar presente, até com riscos de alimentar alguma mesquinhez, o que vale é aprender a lição de que o bom velhinho nasceu da tradição narrada a respeito de São Nicolau, bispo de Mira, na Lícia, hoje parte da Turquia. 


O destinatário mais importante dos presentes era o mais pobre, aquele que também tinha o direito de experimentar alegrias, nascidas de gestos de solidariedade. Pode-se imaginar a revolução de valores que viveríamos caso fosse resgatado esse entendimento de Papai Noel. O Natal não seria tempo de se receber presentes, mas de oferecer e repartir mais. Nesta direção está o horizonte largo e de inesgotável riqueza presente no sinal mais importante deste tempo: o presépio. 


As lições do presépio, entendidas e praticadas, ajudam a livrar, homens e mulheres, dos caminhos que estão desfigurando a sociedade. São ensinamentos que precisam ser resgatados nas praças, nas igrejas, nas casas e em todo lugar. A tradição dos presépios nasce em 1223, quando, depois da aprovação da Regra dos Frades Menores, São Francisco de Assis foi para o eremitério de Greccio (Itália), com o propósito de ali celebrar o Natal do Senhor. O santo italiano disse a alguém que queria ver, com os olhos do corpo, como o Menino Jesus, escolhendo a humilhação, foi deitado numa manjedoura. Assim, entre o boi e o jumento, foi celebrada a Santa Missa de Natal, ainda sem estátuas e pinturas. Esse acontecimento foi a inspiração para, mais tarde, o Natal ser representado por meio do presépio, que simboliza a Encarnação de Jesus Cristo, o Verbo de Deus. A retratação do amor misericordioso de Deus na Encarnação do Filho Amado, o Redentor, no presépio, faz desta arte, nas mais diversas modalidades e com a inteligência de criatividades interpelantes, um ensinamento da mais alta importância. O presépio se torna assim um patrimônio da cultura e da fé popular. Esta retratação remete, pois, ao núcleo mais genuíno do sentido autêntico do Natal. O presépio, pela arte e pela beleza, mesmo pela simplicidade e pobreza, tem força para propagar o Evangelho com um entusiasmo singular, capaz de atrair toda atenção para Jesus, a Pessoa que é a razão insubstituível das festas natalinas. 


A arte do presépio, de miniaturas a imagens em tamanho normal, com a riqueza dos personagens, da singeleza nobre das figuras de José e Maria venerando o Menino Deus, pode e deve tocar os corações. A celebração do Natal se torna consequentemente uma festa da interioridade sem eliminar, absolutamente, o que luzes, sons e enfeites significam na beleza amorosa deste tempo. Não se pode abrir mão do presépio, sinal que remete a Cristo. 


Jesus deve ser e estar no centro do Natal, sem prescindir de tantas outras coisas que compõem e dão graça especial a este tempo. Vale recuperar e investir na armação de presépios, nas casas, nas igrejas e nos lugares públicos. Uma oportunidade para os pais exercerem a catequese dos filhos, reavivando no próprio coração as lições insubstituíveis aprendidas com Cristo. Assim, o tempo do Natal, respeitando seu genuíno sentido, torna-se época especial de aproximação. Passa-se a viver um encontro que transforma corações e superam-se descompassos como a corrupção e a mesquinhez de ter só para si. O presépio ajuda a dar estatura a quem só tem tamanho, fazendo brotar a sabedoria emoldurada por serenidade, um presente para quem contempla esse sinal e aprende o sentido de sua lição.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Povo ou massa?

Existem pessoas que acham que são livres, mas na verdade são manipuladas. Vivem uma vida inteira fazendo apenas aquilo que está sendo ditado. A música que ouvem, a roupa que vestem, os valores que defendem. Fãs que seguem seus ídolos. Pessoas assim servem, sem saber, a um mercado muito lucrativo.  A reflexão tem por base documentos da Igreja;  pensamentos dos Papas Pio XII, Paulo VI e João Paulo II; e, também, a Missão assumida pela RCC, descrita em nosso  Planejamento Estratégico. 




“Povo e multidão amorfa, ou como se pode dizer ‘massa’, são dois conceitos diversos”. Disse Pio XII em uma radiomensagem na véspera do Natal de 1944, ao refletir sobre a verdadeira democracia:  “O povo vive e se move com vida própria – A massa é por si mesma inerte, e não pode receber movimento senão de fora. O povo vive da plenitude da vida dos homens que o compõem, cada um dos quais em seu próprio posto e à sua maneira, é pessoa consciente de suas próprias responsabilidades e suas próprias convicções. A massa pelo contrário espera impulso de fora.” 


A massa pode ser facilmente manipulada, advertiu o Papa: “Joguete fácil nas mãos de um qualquer que explore seus instintos e impressões, disposta a seguir cada vez uma, hoje esta, amanhã aquela outra bandeira.” E isso é uma ameaça à democracia saudável e equilibrada, exortou:  “A massa, como acabamos de definir, é a inimiga capital da verdadeira democracia e de seu ideal de liberdade e igualdade.”




Massas: é conveniente que elas existam
É impossível não enxergar a existência de grandes multidões que são “joguete fácil” nas mãos de grupos que exploram seus “instintos e impressões”. Uma coisa é fato, o comportamento de massa é lucrativo. É rentável, e muito! Faz parte de uma lógica utilitarista. Nela, o ser humano não passa de um mero consumidor. Então, não convém que as pessoas pensem a respeito de seus comportamentos, porque, para muitos, a alienação é fonte de riquezas. 

Se...

Vejamos o que aconteceria se fôssemos realmente questionadores. Se todos decidissem ao mesmo tempo rever suas reais necessidades de consumo? O que seria do mundo da moda, se um número significativo de pessoas interrogasse os padrões que são impostos? O que justifica, por exemplo, que determinado estilo de sapato seja considerado moderno em um ano e nos seguintes seja cafona, brega? Mesmo que esteja em ótimas condições de uso,  as pessoas são “obrigadas” a aposentá-lo sob o risco de serem consideradas ultrapassadas. Quem determina isso? Você já parou para pensar? 


O que seria das emissoras de televisão se os telespectadores fossem mais críticos em relação à programação? Será que ainda existiriam novelas, por exemplo, com seus enredos cada vez mais medíocres? Existiriam programas que idiotizam o ser humano? Que não exigem nada de raciocínio? Entretenimento inofensivo, dirão alguns. Será?


Se todos tivessem senso crítico aguçado, haveria aqueles programas que se ocupam de filmar um grupo de pessoas 24 horas por dia? Programas nos quais reina absoluto o narcisismo? O único “mérito” que as pessoas em questão têm é o desejo de aparecer, ganhar dinheiro, fazer fama para depois assinar um bom contrato publicitário, participar de alguma novela, quem sabe...


E os que ficam em casa em frente a suas TVs ou computadores, ainda pagam por isso de forma bem específica e acham que estão interagindo porque podem votar e eliminar pessoas do jogo. E o mais estranho é que essas pessoas, que apenas fizeram expor suas vidas, sua intimidade, se transformam em  celebridades. Tem lógica? 


Celebridades: também convém que elas existam
Tem! Mas é uma lógica perversa. Celebridades anunciam produtos, ditam modas e comportamentos. Convém que existam celebridades.  A protagonista da novela sempre está presente em várias campanhas publicitárias. A bela modelo também. Viram ídolos.


Ídolos existem para quê? Para serem adorados! Para serem seguidos por uma multidão de fãs que os idolatram. É bom que eles existam. Eles dão muito lucro. E as pessoas vivem uma falsa relação com eles.  Os ídolos modernos também  têm olhos, mas não  veem seus adoradores; boca, mas não falam com eles, ouvidos mas não os escutam (cf. Salmo 115) . Vã ilusão.  Seus seguidores não sabem que eles são fabricados  por mãos humanas. Artesãos, experientes em lançar pessoas no rentável mercado da fama.


Os ídolos/celebridades vendem bem.  Vendem cremes, carros, shampoos, sonhos; vendem imagens de um mundo ideal, de um corpo ideal. E o desejo do corpo perfeito também vende. Cosméticos, cirurgias, enfim, alimenta uma indústria da vaidade sem limites. 


Meios de comunicação de massa
Estamos diante de um problema. E bastante complexo, diga-se. Não temos como definir uma única causa para tudo que apontamos acima.  Mas podemos ver que existe uma poderosa presença dos meios de comunicação nesse fenômeno. 


Existe um impacto das comunicações que não pode ser ignorado no comportamento das pessoas. “Eles têm um poderoso influxo no modo de pensar e agir dos indivíduos e comunidades” (Pio XII. Encíclica Miranda Prorsus). Eles “introduzem e refletem novas atitudes e estilos de vida” (Pontifício Conselho Para as Comunicações. Communio et progressio, 22).


Os diferentes meios de comunicação de massa têm o poder de influenciar a opinião pública, ou seja, o que as pessoas pensam a respeito de um assunto. Elas acabam considerando como verdadeiro e justo o que outras pessoas ou grupos que gozam de uma especial autoridade cultural, científica ou moral pensam e dizem (cf. João Paulo II. XX Dia Mundial para as Comunicações Sociais). Os meios acabam sendo essa “autoridade”. 


Já que chegamos a este ponto da reflexão é bom esclarecer que a Igreja Católica não tem  um posicionamento hostil aos meios. Pelo contrário, eles chegam a ser considerados “dons divinos”. Porém, a Igreja sabe e avisa que os mesmos podem ser bem ou mal utilizados. Através de diversos documentos, papas e bispos têm se dedicado a mostrar as potencialidades, mas também têm denunciado os casos em que eles são usados de forma deturpada. Criticam o abuso e a violação da dignidade humana e dos valores e ideais cristãos.
 
Os meios são nocivos quando, desprezando todo e qualquer ensinamento evangélico, ficam a serviço da cultura de morte: Que cultura é essa? Busquemos uma definição no Documento de Aparecida: “Caminhos de morte são os que levam a dilapidar os bens que recebemos de Deus através dos que nos precederam na fé. São caminhos 
 que traçam uma cultura  sem Deus e sem seus mandamentos ou inclusive contra Deus, animada pelos ídolos do poder, da riqueza e do prazer efêmero, a qual termina sendo uma cultura  contra o ser humano...” ( DA, n. 13). 


Dilapidam, esbanjam, dissipam, destroçam, desperdiçam. Quantas novelas, programas, músicas, livremente propagados pelos diferentes meios de comunicação que são totalmente alheios aos mandamentos de Deus? Que jogam tudo que há de mais valoroso para a autêntica fé cristã na lata do lixo? Dilapidam?


Situação séria a ponto de, em 1984, por ocasião do XVIII Mundial das Comunicações Sociais, João Paulo II se dirigir aos responsáveis pela operação de meios de comunicação, com um “apelo aflito”, como  ele próprio definiu:


“Operadores da comunicação, não deem uma imagem mutilada do homem, distorcida, fechada aos autênticos valores humanos! Abram espaço para o transcendente, que torna o homem mais homem! Não zombem dos valores religiosos, não os ignorem, não os interpretem conforme esquemas ideológicos! [...] Não corrompam a sociedade e, especialmente, os jovens, com a representação intencional e insistente do mal, da violência, do aviltamento moral, fazendo uma obra de manipulação ideológica, semeando a divisão!" 


Fato é que o Evangelho de Jesus Cristo não serve de critério para a produção de  filmes,  novelas, moda, anúncios publicitários. Essas realidades caminham alheias aos valores cristãos. Não levam em conta Deus e muito menos o próximo que é tratado apenas como consumidor em potencial. Quem se importa se pessoas estão sendo manipuladas? 


João Paulo II estava muito atento a essa realidade. Chamou os meios de novos areópagos, fazendo referência à experiência de Paulo em Atenas (Cf. At 17, 22-31) e nos convocou a não apenas usar os meios para propagar a mensagem evangélica. A mídia inteira tem que estar impregnada pelo Evangelho: “É necessário integrar a mensagem nesta nova cultura criada pelas modernas comunicações” (Redemptoris Missio, 37).


Sim, os cristãos devem se importar.  Porque seria muito fácil para nós estacionarmos na fase do “ver a realidade” e apenas culpar a mídia ou o mercado.  Não podemos esquecer que não estamos falando de forças ocultas que agem de forma autônoma. É o ser humano que está por trás das decisões que movimentam o mundo da comunicação. E é o ser humano que aceita ou não o que lhe é oferecido.


E aqui temos uma questão inquietante: por que as pessoas acolhem tudo isso? Elas têm consciência? Por que, por exemplo, tempos atrás, de uma hora para outra, o funk virou um tipo de “febre” nacional? E todos começam a dançar do mesmo jeito, aliás, bastante vulgar. Por que as pessoas aderem a esses modismos? Impossível não lembrar  Pio XII, ao falar sobre a massa “disposta a seguir cada vez uma, hoje esta, amanhã aquela outra bandeira”.


E se as pessoas consomem esse tipo de coisa, copiam, reproduzem, é porque também elas não foram tocadas pelos ensinamentos do Evangelho, ou não aderiram de verdade às propostas de Cristo.  A ponto de saberem que nem tudo lhes convém. Missão para os cristãos!


Sim, não basta que critiquemos a mídia ou que chamemos as pessoas de alienadas. Ao apontarmos esses problemas, temos o grande desafio de não nos conformarmos e agirmos. Talvez não tenhamos acesso a profissionais dessa área, mas podemos fazer alguma coisa. 


Primeiro, rejeitar todo e qualquer programa ou ideia que contrarie o Evangelho, que atente contra a proposta de santidade que Jesus veio trazer a este mundo. Depois, evangelizando. De verdade. Essa é a proposta. Esse é o compromisso que a Renovação Carismática Católica foi chamada a assumir e deve levar até as últimas consequências: implantar no mundo a Cultura de Pentecostes. Cultura que Jesus veio estabelecer. 


É Missão nossa “fazer discípulos de nosso Senhor Jesus Cristo evangelizando o povo de Deus no Brasil, a partir da experiência do Batismo no Espírito Santo”. Nós temos acesso às pessoas. Milhares vêm até nós, em nossos Grupos, eventos, ou outras atividades próprias do Movimento.Evangelizar, nos ensina Paulo VI, é levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade e a partir disso transformá-las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade. Ele disse que “não se trata tanto de pregar o Evangelho a espaços geográficos cada vez mais vastos ou populações maiores em dimensões de massa”.Trata-se de “chegar a atingir e como que a modificar pela força do Evangelho os critérios de julgar, os valores que contam, os centros de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus e com o desígnio da salvação” (Evangelii Nuntiandi, 19).
Essa tem que ser nossa meta. E tem mais: Paulo VI exortou-nos a não nos contentarmos com uma evangelização aparente.  ”Importa evangelizar, não de maneira decorativa, como que aplicando um verniz superficial, mas de maneira vital, em profundidade e isto até às suas raízes, a civilização e as culturas do homem” (EN, 20) . 
Somente homens novos poderão construir uma humanidade nova. 
Lúcia Volcan Zolin
Coordenadora Nacional do Ministério e da Comissão de Comunicação
Grupo de Oração Divina Misericórdia

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

“Anjos e Demônios”.Você já assistiu?!

Apesar de tudo o que já foi publicado, aqui e em toda a mídia católica,ainda existem católicos que não acham problema nenhum em assistir o filme “Anjos e Demônios.”
O artigo abaixo vem reforçar as razões pelas quais não devemos dar nosso apoio a esta obra.Pessoalmente não acho necessário se “experimentar” algo para poder emitir uma opinião, especialmente quando já se sabe com antecedência o conteúdo.
Existem dezenas de coisas que consideramos erradas no mundo que nos cerca e que nunca precisamos experimentar ou participar, para reforçar nossa percepção do erro e confirmação do que o (bom) senso comum afirma e defende.
Talvez até pela busca de formar uma opinião pessoal me permitisse assistir alguma coisa duvidosa, ambígua, sem a opinião pública da Igreja,nem afirmada pela fé católica de forma clara como errada,etc.. Mas, em absoluto é o caso aqui. A opinião da Igreja através de inúmeros Bispos ,Sacerdotes e leigos comprometidos com a verdade em relação a essa obra -que inclui livros,o autor  e os filmes que estão gerando milhões de dólares-é clara!
Ela não proíbe,mas sugere.Como sou filho dela,a escuto.
Assisti em casa ao filme “Crepúsculo” para formar opinião e bloguei a respeito, já que como adulto pouco conhecia dessa saga adolescente…Mas “Anjos e Demônios..”é demais para minha fé católica, especialmente no contexto cultural massacrante que nossos valores católicos vivem hoje no Brasil e no mundo. Não quero ser mais um a apoiar a divulgação da difamação e do erro.
Respeito os que pensam diferente.
De qualquer forma, eis as “pérolas” da obra ( filme e livro) e suas idéias aqui refutadas.
Um sacerdote e uma religiosa se unem para inseminar-se artificialmente: pode-se apreciar a representação de um jovem sacerdote que antes de converter-se em Papa se apaixona por uma religiosa. Ambos desejam um filho, mas também querem permanecer castos, por isso recorrem à inseminação artificial.
Distorção de fatos concernentes à vida real: O engano de Brown está em que intercala personagens da vida real como Copérnico e Galileu, assim como organizações verdadeiras, como os Illuminati; com assuntos reais como a ciência e a religião; para chegar assim às suas próprias e elaboradas conclusões, que não têm nenhuma raiz histórica nem se apóiam em fatos históricos; e terminam sendo simples e flagrantes mentiras.
Falso retrato da Igreja Católica: Dan Brown sabe o que a história diz e mesmo assim, deliberadamente a representa mal. Sua distorção de propósito da verdade está pensada para caluniar a Igreja Católica. Brown quer mostrar que a Igreja Católica vê a ciência como um inimigo e que não se deterá ante nada para jogá-la em uma esquina.
Mentiras sobre a CERN e a anti-matéria: Brown começa com uma página de “fatos” em que menciona a CERN. Ele a descreve como uma entidade a Suíça que criou a anti-matéria, “a mais poderosa fonte de energia conhecida pelo homem”. É tão poderosa que “uma só grama de anti-matéria contém a energia de uma bomba nuclear de 20 kilotons, o tamanho da bomba jogada sobre Hiroshima”. Isto simplesmente não é certo.
A CERN clarifica o assunto com feitos: A CERN recebeu muitas perguntas sobre o que Brown alega, tanto assim dedicam uma seção especial em sua página Web para respondê-las. Por exemplo, a Web Page precisa que “CERN não é um instituto suíço, a não ser uma organização internacional”; está localizada na Suíça e parcialmente na França. A anti-matéria sim existe, e é criada rotineiramente na CERN, mas “não existe a possibilidade de usar a anti-matéria como uma ‘fonte’ de energia”.
Uma pergunta comum que fazem às autoridades desta organização é: “Fazem a anti-matéria como se descreve no livro?” A resposta é clara: “Não”. Todo mundo quer saber que tão perigosa é a anti-matéria em realidade. A CERN precisa que esta é “totalmente segura, dadas às diminutas quantidades nas que a fazemos. Seria muito perigoso se fizéssemos alguns gramas, mas isto tomaria milhões de anos”.
* A Igreja Católica usa qualquer meio para liderar a vingançaMais importante ainda, Brown diz na seguinte página que “a Irmandade dos Illuminati é um fato”. E o que procuram os Illuminati? No livro se diz que “os Illuminati foram caçados sem piedade pela Igreja Católica”. No trailer do filme, Tom Hanks, que faz o papel de Langdon, diz sobre a sociedade secreta que “a Igreja Católica ordenou um massacre brutal para silenciá-los para sempre. Eles voltaram para a revanche”. Nas páginas 39-40 do livro, diz-se que os Illuminati foram fundados no século XVI, o filme afirma o mesmo. Na página 223 se diz que “a palavra da Irmandade de Galileu começou a difundir-se na década de 1630 e que os cientistas de todo o mundo faziam uma peregrinação secreta a Roma esperando poder unir-se aos Illuminati….”.
O diretor do filme, Ron Howard, concorda: “Os Illuminati se formaram no século XVII. Eram artistas e cientistas como Galileu e Bernini, cujas idéias progressivamente foram ameaçando o Vaticano”. Brown, em seu sítio Web, reafirma esta idéia central: “é um fato histórico que os Illuminati queriam vingar-se do Vaticano no século XVII. Os primeiros Illuminati -os da época do Galileu- foram expulsos de Roma pelo Vaticano e caçados sem misericórdia”.
Mentiras sobre os IlluminatiA verdade é que nenhum membro dos Illuminati foi caçado e muito menos assassinado por parte da Igreja Católica. Saber exatamente quais foram os Illuminati demonstra quão falsas são as afirmações do Brown. Os Illuminati foram fundados por um professor de leis chamado Adam Weishaupt, na Baviera, Alemanha, em 1 de maio de 1776. Não duraram muito: paralisou totalmente em 1787. Este não é um assunto em disputa, assim arrastar Galileu a esta fábula é bastante desonesto. Ele morreu em 1642, quase 150 anos antes que os Illuminati fossem fundados. Brown tem que saber tudo isto porque em seu próprio sítio Web há uma seção sobre os Illuminati que corretamente precisa sua fundação em 1776!
* Canonização e a Santa Comunhão “emprestadas” do paganismoAnjos e Demônios afirma que a tradição da Igreja da canonização está tirada de um antigo rito “para fazer-se deus”. Mas os Santos não são pessoas feitas deuses, e em nenhum caso as origens pagãs da canonização poderiam haver-se explicado com precisão porque não são tais. Não existe, além disso, absolutamente nenhuma evidencia para a afirmação do Brown sobre o fato que morrer pelos pecados dos outros seja uma idéia cristã roubada ao legendário rei asteca Quetzalcoatl. A Santa Comunhão, segundo Brown, é um conceito que foi tirado dos astecas. Mas o fato concreto é que a Cristandade precede à civilização asteca por mais de 1000 anos.
Mais mentiras históricas sobre personagens reaisO livro considera que a CERN inventou a Internet, o que é claramente falso. Ela lhe dá crédito a dois repórteres da BBC (da Inglaterra) que ganharam o Prêmio Pulitzer, em que pese a que este prêmio só se entrega a americanos. Afirma além que Winston Churchill foi um “católico incondicional”, quando a verdade é que nunca foi católico. Apresenta a idéia de que a Igreja Católica é muito rica, quando em realidade seu orçamento anual de operação se poderia comparar ao de um quinto da Universidade de Harvard (EUA). O livro diz que Copérnico foi assassinado, quando a história precisa que morreu de um ataque. O texto assinala além que Galileu foi um pacifista, embora não há evidências de que o fora. Brown toma uma crença: que os cientistas cristãos consideram inadequado o tratamento médico para uma pessoa jovem e o atribui falsamente ao catolicismo. Pinta além disso, falsamente, aos católicos como opostos ao ensino da evolução e identifica a uma organização protestante, a Christian Coalition (Coalizão Cristã) como uma entidade católica, quando não o é.
*O Papa Pio IX retratado como um desviado sexualBrown quer promover todo tipo de estereótipo negativo sobre a Igreja Católica. Um dos favoritos de todos os tempos é a alegada fobia da Igreja ante a sexualidade. Por isso não deve surpreender que Brown presente o Papa Pio IX como um “maníaco eliminador de pênis” que destruiu grandes obras de arte. “Em 1857 -diz Brown na página 159- o Papa Pio IX decidiu que a representação masculina completa poderia incitar à luxúria dentro do Vaticano. Assim tomou um cinzel e um martelo e destruiu todas as genitálias de todas as estátuas masculinas dentro da Cidade do Vaticano”.
Pio IX, em vez de ir caminhando pelo Vaticano com seu martelo em mão, golpeando as estátuas masculinas entre as pernas, em realidade apoiou prodigamente as artes e premiou aos artistas por suas contribuições. É também conhecido por ter restaurado as pinturas no Vaticano.
*O Papa Urbano VIII rejeita ao escultor Bernini e a escultura de Santa Teresa (de Ávila): Brown guarda suas melhores armas para a suposta má reação do Papa ante a obra mestra de escultura de (Gian Lorenzo) Bernini, “O êxtase da Santa Teresa”. Segundo Brown, “o Papa Urbana VIII tinha rechaçado ‘O êxtase da Santa Teresa’ por ser uma obra sexualmente explícita para o Vaticano. Assim que a desterrou a alguma escura capela no outro lado da cidade”. Na mesma página, a 442, lê-se que “a escultura, como qualquer pessoa que a viu pode testemunhar, era algo menos algo cientista-pornográfico, mas certamente não científico”. Na seguinte página escreve que “a estátua representava a Santa Teresa sobre suas costas na agonia de um intenso orgasmo”.
Novamente, Brown simplesmente cria “fatos” que calcem em sua agenda. Para os principiantes na escultura, Teresa não está sobre suas costas, mas sim sentada. Quanto a Urbano VIII, não foi um adversário de Bernini, mas sim foi seu amigo e patrono. Em uma biografia de Arthur Lubow sobre este grande artista, se precisa que durante os 20 anos de pontificado de Urbano VIII, Bernini foi tratado como se fora da realeza pelo Papa. De fato, Bernini foi o favorito de todos os Papas enquanto viveu, e foi condecorado com a Cruz da Ordem de Cristo.
Brown eleva à ciência ao lugar de Deus: Na página 31, um dos personagens do Brown se regozija ao dizer que “logo se provará que todos os deuses são falsos. A ciência dará a resposta a quase todas as perguntas que o homem possa fazer”. Assim, que coisa resta? “Só restam algumas perguntas”, escreve Brown, “e essas são as perguntas esotéricas”. Como por exemplo o verdadeiro sentido da existência! Na página 218, Brown se emociona tanto com a promessa da ciência que para expressá-lo usa itálicos e exclama: “A Ciência é Deus!”. Na página 474, fica totalmente claro: “A medicina, as comunicações eletrônicas, as viagens espaciais, a manipulação genética são os milagres sobre os que falamos com nossos filhos. Estes são os milagres que levamos como prova de que a ciência nos dará todas as respostas”. E logo se lança pelo ouro: “As antigas histórias sobre imaculadas concepções, sarças ardentes e mares abertos já não são relevantes. Deus se tornou obsoleto. A ciência ganhou a batalha”.
Nesta perspectiva, há algo que a ciência não possa fazer? Evidentemente não. Aqui Brown apresenta sua postura mais extrema (página 658): “A ciência veio para nos salvar da enfermidade, da fome e da dor! Hei aqui a ciência, o novo Deus dos milagres infinitos, onipotente e benevolente! Ignorem as armas e o caos”. A ciência deu um elixir para os problemas pessoais: “Esqueçam a solidão fraturada e o perigo interminável. A Ciência está aqui!”.
* O fato é que o catolicismo promoveu a ciência e a astronomia: a Ciência não teria progredido se não tivesse sido assim. “Nos últimos 50 anos”, afirma o professor Thomas E. Woods, Jr., “virtualmente todos os historiadores da ciência… chegaram à conclusão de que a Revolução Científica se deveu à Igreja”. Para o sociólogo Rodney Stark a razão pela que a ciência emergiu na Europa e não em nenhum outro lugar, foi o catolicismo. “sabe-se que na China, no Islã, na Índia, na Grécia antiga e em Roma, todos tiveram uma muito desenvolvida alquimia. Mas somente na Europa esta alquimia se transformou em química. Por essa razão, muitas sociedades desenvolveram elaborados sistemas de astrologia, mas solo nisto Europa levou a astronomia”.
O rol pioneiro dos católicos na astronomia está fora de discussão. J.L. Heilborn da Universidade de Califórnia em Berkeley escreve que “A Igreja Católica ajudou mais que ninguém financeira e socialmente ao estudo da astronomia por mais de seis séculos, da recuperação dos estudos antigos durante a última etapa da Idade Média até a Ilustração”. Somente os alcances científicos dos jesuítas alcançaram todos os cantos da terra.
O que fez ao catolicismo tão amigo da ciência e por que a ciência se originou na Europa e não em outra parte? Stark sabe o porquê: “Porque o Cristianismo representava a Deus como um ser racional, sensível, confiável e onipotente, e o universo como sua própria criação pessoal. entendia-se então que o mundo natural tem uma estrutura estável, racional, legal, que espera (em realidade que convida) à compreensão humana”.
* A Igreja e Galileu, muitas falsidades: Os mitos sobre Galileu são tantos que somente uns poucos se dão o trabalho de consultar os fatos históricos para saber o que em realidade aconteceu. Brown explora esta ignorância ao máximo. Quando afirma na página 41 que os “dados do Galileu estavam fora de discussão”, não chega nem perto da verdade. Por exemplo, sabemos que as marés se explicam pelas forças gravitacionais da lua. Mas a fixação de Galileu sobre a terra girando ao redor do sol não lhe permitiu compreender isto, ele pensava que as marés deviam compreender-se a partir do fato de que a terra girava ao redor do sol. E o que é mais importante, o que colocou a Galileu em problemas não foram suas idéias mas a sua arrogância: fez afirmações que não podia sustentar cientificamente.
Se Galileu foi castigado por sustentar que a terra gira ao redor do sol, então por que Copérnico não foi castigado? Afinal de contas, Copérnico teve esta idéia antes mesmo que Galileu chegasse a ela, e assim como Galileu, Copérnico era católico. A diferença está em que Copérnico foi um cientista honesto: estava contente afirmando suas idéias a modo de hipótese. Galileu repudiou fazer o mesmo, inclusive quando não podia as provar.
Se a Igreja Católica quis tirar o Galileu do mapa, então como se explica que fora gabado por seu trabalho em Roma em 1611? Por que o Papa Paulo V o acolheu? Por que se fez amigo do futuro Papa, Urbano VIII? Francamente, Galileu nunca se meteu em problemas antes de começar a insistir em que o sistema copernicano era positivamente certo. Quando esteve de acordo tratando isto como uma hipótese ou como uma proposição matemática, não sofreu nenhuma sanção.
Em 1624, o Papa Urbano VIII deu a Galileu medalhas e outros presentes, e lhe rogou que seguisse realizando seu trabalho. De acordo com Woods, “Urbano VIII lhe disse ao astrônomo que a Igreja nunca tinha declarado que o sistema do Copérnico era herético, e que a Igreja nunca faria isso”. Isto, é obvio, não é o que Brown quer que acreditemos. Oito anos depois, Galileu escreveu em seu “Dialogo sobre os principais sistemas do mundo”, e o fez a pedido do Papa. Mas esta vez Galileu assinalou que a teoria copernicana era empiricamente certa. Além disso, apresentou-se como teólogo, não somente como matemático, e esteve de acordo em fazê-lo. A Igreja não estava contente, e se sentiu marcada por ele. De igual modo, a comunidade científica não estava impressionada. Sua arrogância era terrível para muitos fora da Igreja assim como dentro dela.
É fácil para nós dizer que a Igreja reagiu exageradamente com Galileu. Isto é certo. Mas é também importante notar que ele nunca foi torturado e não passou um só dia na prisão. Foi confinado ao arresto domiciliário em uma modesta casa durante 9 anos. Inclusive passou um tempo na casa do Arcebispo de Siena. Não é exatamente a experiência tipo gulag (campos de trabalhos forçosos russos no tempo do Stalin aonde morreram milhões de pessoas) que nos têm feito acreditar. Seria interessante saber como Brown explicaria o fato que o primeiro líder da Pontifícia Academia para as Ciências não foi outro que seu “mártir” favorito Galileu Galilei!
Se a Igreja Católica era tão anti-ciência, por que o Papa Bento XIV outorgou o imprimatur (permissão eclesiástica oficial para a impressão de uma obra católica) à primeira edição dos trabalhos completos do Galileu? Assim o fez em 1741. E se necessitamos melhores provas para demonstrar que o abrasivo do Galileu teve algo que ver com a resposta da Igreja, deve considerar-se que cientistas como o P. Roger Boscovich seguiram explorando as idéias copernicanas enquanto Galileu foi encontrado “veementemente suspeito de heresia”. Também deve notar-se que aos católicos nunca lhes proibiu ler a Galileu, inclusive os livros científicos de todo tipo circularam livremente durante e depois da censura ao Galileu.
Segundo Bill Donahue da Liga Católica dos Estados Unidos, “dentro de pouco, a equipe formada por Dan Brown e Ron Howard terão gerado na audiência a crença de que Galileu era membro de uma sociedade secreta, os Illuminati, e que esse grupo procura vingar do Vaticano pela história anti-ciência da Igreja Católica. O fato é que Galileu morreu quase 150 anos antes que os Illuminati fossem fundados em 1 de maio de 1776. Por que mentir então? Porque sua meta é mostrar à Igreja Católica como uma inimizade da ciência, e qual outra melhor forma que usar para isto o seu mártir favorito, Galileu? A vítima perfeita, mencionada perseguição do Galileu, é citada assim como prova da guerra da Igreja contra a razão”.
“Galileu nunca foi aprisionado ou torturado. Seu confinamento foi uma detenção domiciliária, embora não garantido, e estava mais em função de sua arrogância que das suas idéias: persistiu em apresentar idéias (tiradas de Copérnico, um cientista católico que nunca foi castigado) como cientificamente precisas, algo do que inclusive cientistas de seu tempo duvidavam”.
Testemunhos em contra da Igreja de parte do pessoal que produziu o filme: O Padre Bernard O’Connor, um sacerdote canadense e oficial da Congregação para as Igrejas Orientais da Santa Sé, estava em Roma o ano passado enquanto o diretor Ron Howard filmava a obra. O’Connor se encontrou duas vezes com o pessoal da mesma e conversou de maneira informal com 20 deles. Estava vestido casualmente de modo que ninguém se deu conta de que era um sacerdote. Falaram abertamente, pensando que era somente “um turista amistoso”. O Padre escreveu um artigo sobre sua experiência na revista mensal, Inside the Vatican (Dentro do Vaticano). Um dos trabalhadores que disse ser um dos “encarregados” opinou assim: “a Igreja miserável está contra nós outra vez e nos está causando problemas”. Logo, falando de seu amigo Dan Brown, acrescentou “como muitos de nós, ele com freqüência diz que faria algo para demolir esta detestável instituição, a Igreja Católica. E triunfaremos. Já verão”. Quando o Padre O’Connor lhe pediu que precisasse suas afirmações, o oficial de produção disse “ao final desta geração não existirá mais a Igreja Católica, ao menos não na Europa ocidental. E em realidade os meios merecem muito crédito por seu desaparecimento”.
“Finalmente o público está entendendo nossa mensagem”, disse logo. A mensagem está claramente definida: “a Igreja Católica tem que ser debilitada e eventualmente desaparecer da face da terra. É a primeira inimizade da humanidade. Sempre o foi”. Este mesmo senhor lhe dá o crédito disto à “televisão, Hollywood, as indústrias da música e de vídeo, junto com cada um dos jornais que existem, pois todos dizem o mesmo”. Este sujeito também mencionou o papel que algumas universidades jogaram para minar o catolicismo.
Joseph Dias é o Secretário Geral do Foro Secular Católico (CSF). Com comentários de Bill Donahue, Liga Católica (Catholic League – o EUA)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

7 bilhões, e agora? Saiba o que a Igreja pensa sobre o assunto

7 bilhões de habitantes no planeta. A filipina Danica May Camacho nasceu dois minutos antes da meia-noite do domingo, 30, e é um dos bebês símbolos de um número que divide opiniões e ideologias mundo afora.


Há duas principais correntes de interpretação dos dados relacionados à população mundial. De um lado, estão os defensores da chamada explosão demográfica ou superpopulação. De outro, há quem fale sobre inverno demográfico e indique a drástica perspectiva de diminuição das taxas de natalidade.


Não é fácil se posicionar frente a argumentos tão diferentes. Os seguidores da primeira corrente aproveitaram a marca dos 7 bilhões de habitantes no planeta para levantar a bandeira do controle populacional, sob o pretexto de que o mundo não seria capaz de suprir as necessidades de tantas pessoas. Aí, até mesmo o aborto é apresentado como uma "solução", especialmente para os países pobres.


No entanto, há outros segmentos que apontam a capacidade do mundo de atender a todas as demandas de seus habitantes. O mal residiria mais no egoísmo humano, que leva a reter as coisas somente para si, do que na falta de capacidade da terra.


"O nascimento do bebê sete bilhões não é uma maldição, mas uma bênção para todos. Não é um problema, e sim um recurso. O problema a longo prazo da humanidade não é o excesso, senão a escassez de crianças”, explica o presidente do Population Research Institute (PRI), Steve Mosher, no último boletim do Instituto.


"A solução das questões conexas ao crescimento demográfico deve ser antes perseguida no simultâneo respeito tanto da moral sexual quanto da moral social, promovendo uma maior justiça e autêntica solidariedade para dar por todo lado dignidade à vida, a começar por condições econômicas, sociais e culturais", sentencia o Compêndio da Doutrina Social da Igreja.


O próprio diretor-geral do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Jacques Diouf, intervindo na II Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, que aconteceu em outubro de 2009, no Vaticano, revelou: "O problema da segurança alimentar neste mundo é antes de tudo uma questão de mobilização política a alto nível para que tais recursos sejam disponibilizados. É uma questão de prioridade diante das necessidades humanas fundamentais. O que constatamos hoje é o resultado das decisões fundamentadas em motivações materialistas, em detrimento dos referenciais éticos. Vemos condições de vida injustas e um mundo desigual, no qual um número restrito de pessoas enriquece-se cada vez mais enquanto a maioria da população está a empobrecer. Existem na terra meios econômicos suficientes, tecnologias eficazes e recursos naturais e humanos para eliminar definitivamente a fome no mundo".


Em que acreditar? Sobre esses aspectos, a doutrina da Igreja Católica pode ajudar de modo decisivo a se formar uma opinião mais amadurecida (clique nos subtítulos e acesse os documentos na íntegra).


DECLARAÇÃO SOBRE A DIMINUIÇÃO DA FERTILIDADE NO MUNDO


Em 1998, o Pontifício Conselho para a Família (PCF) divulgou este documento, que aborda diretamente a "versão global e errônea" de que o mundo seria prisioneiro de um crescimento demográfico exponencial, galopante, que levaria a uma explosão demográfica.


"Com efeito, após cerca de trinta anos, as conferências patrocinadas pela ONU tiveram como efeito provocar inquietudes infundadas sobre as questões demográficas, de modo particular nos países do Sul. Baseando-se nestes dados alarmistas, diferentes organismos das Nações Unidas inverteram, e continuam a inverter, consideráveis meios financeiros, com a finalidade de obrigar inúmeros países a adotarem políticas maltusianas. É um fato provado que esses programas, supervisionados a partir do exterior, comportam habitualmente medidas coercitivas de controle da natalidade. De igual modo, a ajuda ao desenvolvimento está regularmente condicionada à aplicação de programas de controle da população, que incluem a esterilização forçada ou realizada sem que as vítimas o saibam. Por outro lado, estas ações maltusianas são assumidas e ampliadas pelos governos nacionais, com a colaboração de organizações não governamentais (ONG), entre as quais a mais conhecida é a Federação Internacional da Planificação da Família (IPPF). Nos países pobres, as primeiras vítimas desses programas são as populações inocentes e indefesas. Elas são enganadas deliberadamente, impelindo-as a aceitar a sua mutilação, sob o pretexto falso de que se trata da condição prévia para o seu desenvolvimento".


No entanto, os dados mostram que a taxa de crescimento da população mundial não cessa de diminuir a um ritmo regular e significativo. Cerca de 1/3 dos países do mundo já não consegue substituir as suas gerações, ou seja, possuem um índice sintético de fecundidade - número de filhos por mulher - inferior a 2,1, o nível mínimo indispensável para a renovação das gerações nos países que contam com as melhores condições sanitárias.


Algumas das principais causas para essa realidade são: a diminuição do número de casamentos; o aumento da idade média da maternidade, com leis trabalhistas que não facilitam o desejo das mulheres de conciliar de maneira harmônica a vida familiar e a atividade profissional; a ausência de uma verdadeira política familiar; difusão das técnicas químicas de contracepção, e com frequência a legalização do aborto, ao mesmo tempo em que se debilitavam as políticas favoráveis ao acolhimento da vida; esterilização em massa.


Entre as consequências mais preocupantes estão: a proporção dos jovens nas populações diminui em grande medida; aumenta a proporção das pessoas idosas diretamente dependentes do governo, enquanto a base produtiva da sociedade, os jovens, fonte de entradas para as finanças públicas, reduz-se - para garantir o funcionamento dos sistemas de segurança social, torna-se grande a tentação de recorrer à eutanásia.


HUMANAE VITAE PAPA PAULO VI


Publicado em 1968, é um dos documentos do magistério pontifício que trata com mais ênfase a questão da regulação ou controle da natalidade.


"O problema da natalidade, como de resto qualquer outro problema que diga respeito à vida humana, deve ser considerado numa perspectiva que transcenda as vistas parciais - sejam elas de ordem biológica, psicológica, demográfica ou sociológica - à luz da visão integral do homem e da sua vocação, não só natural e terrena, mas também sobrenatural e eterna", sublinha o Pontífice.


No mesmo texto, o Santo Padre declara "que é absolutamente de excluir, como via legítima para a regulação dos nascimentos, a interrupção direta do processo generativo já iniciado, e, sobretudo, o aborto querido diretamente e procurado, mesmo por razões terapêuticas. É de excluir de igual modo, como o Magistério da Igreja repetidamente declarou, a esterilização direta, quer perpétua, quer temporária, tanto do homem como da mulher. É, ainda, de excluir toda a ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação".


Paulo VI, enfim, indica um caminho seguro: "a via de uma política familiar providente, de uma sábia educação das populações, que respeite a lei moral e a liberdade dos cidadãos".




A FOME NO MUNDO - UM DESAFIO PARA TODOS: O DESENVOLVIMENTO SOLIDÁRIO


O documento do Pontifício Conselho Cor Unum, publicado em 1996, indica: "O crescimento demográfico demasiado rápido constitui uma causa ou uma consequência do subdesenvolvimento? Excluindo os casos extremos, a densidade demográfica não justifica a fome. [...] Considera-se que existem maiores possibilidades de reduzir um excessivo crescimento demográfico empenhando-se em diminuir a pobreza de massa, ao invés de vencer a pobreza contentando-se em diminuir as taxas de aumento demográfico".


Os motivos das dificuldades alimentares, dessa forma, residem mais nos desequilíbrios impostos pelos Estados, a política e a gestão econômica, e não em causas objetivas ou pobreza econômica.


O documento também explica que, à medida que enriquecem, os povos passam de uma situação de elevada natalidade à situação inversa: baixos níveis de natalidade e de mortalidade. No entanto, o período de transição pode ser crítico sob o ponto de vista dos recursos alimentares, pois a taxa de mortalidade diminui antes da de natalidade. Mas transformações tecnológicas que acompanhem o crescimento da população são a solução mais justa e eficaz para a questão.


Quanto à realidade de pais cujo nível sócio-cultural entende que somente um elevado número de filhos garante produção e segurança, a Igreja defende uma educação para a paternidade e maternidade responsáveis, respeitando inteiramente os princípios éticos, bem como a necessidade de se dar "acesso a métodos de controle da fecundidade, que estejam em harmonia com a verdadeira natureza do homem", como o método billings, por exemplo.


As investigações têm demonstrado que outros três fatores, além do controle demográfico, contribuem de modo igual e mais ético para a diminuição do crescimento da população mundial. Trata-se do desenvolvimento econômico e social, do melhoramento das condições de vida das mulheres e, paradoxalmente, da redução da mortalidade infantil.


MATER ET MAGISTRA PAPA JOÃO XXIII


Já em 1961, o Papa abordava a questão do desequilíbrio entre a população e os meios de subsistência. Citando estatísticas que apontavam o "problema", João XXIII aponta que "há quem julgue indispensável recorrer a medidas drásticas para evitar ou diminuir a natalidade".


No entanto, ele mesmo indica: "A verdade é que, situado o problema no plano mundial, não parece que a relação entre o incremento demográfico, por um lado, e o desenvolvimento econômico e a disponibilidade dos meios de subsistência, por outro, venham a criar dificuldades". Isso, logicamente, a partir de um renovado esforço científico e técnico, por parte do homem, no sentido de aperfeiçoar e estender cada vez mais o seu domínio sobre a natureza.


"Por isso, a solução fundamental do problema não deve procurar-se em expedientes que ofendem a ordem moral estabelecida por Deus e atacam os próprios mananciais da vida humana", explica.


Afirmando que sabe da existência de áreas e países com graves dificuldades, motivadas por uma organização econômica e social deficiente que não oferece meios de vida proporcionais ao índice do incremento demográfico e também à insuficiência da solidariedade entre os povos, o Papa ressalta:


"Todavia, mesmo em tais casos, devemos afirmar claramente desde já que estes problemas não se podem encarar, nem estas dificuldades se podem vencer, recorrendo a métodos e meios que são indignos de um ser racional e só encontram explicação num conceito puramente materialista do homem e da vida. A solução acertada encontra-se apenas num progresso econômico e social que respeite e fomente os genuínos valores humanos, individuais e sociais, em conformidade com a moral, com a dignidade e o imenso valor da vida humana, e, juntamente, numa colaboração em escala mundial que permita e fomente a circulação ordenada e fecunda de conhecimentos úteis, de capitais e pessoas".


CENTESIMUS ANNUS JOÃO PAULO II



O documento foi escrito em 1991. Ao demarcar a necessidade de se voltar a considerar a família como santuário da vida, o Beato indica que, contudo, "o engenho humano parece orientar-se, nesse campo, mais para limitar, suprimir ou anular as fontes da vida, chegando até ao recurso do aborto, infelizmente tão espalhado pelo mundo, do que para defender e criar possibilidades à mesma vida. Na Encíclica Sollicitudo rei socialis, foram denunciadas as campanhas sistemáticas contra a natalidade, que, baseadas numa concepção distorcida do problema demográfico e num clima de 'absoluta falta de respeito pela liberdade de decisão das pessoas interessadas', as submetem muitas vezes 'a pressões intoleráveis (...) a fim de cederem a esta nova forma de opressão'. Trata-se de políticas que, com novas técnicas, estendem o seu raio de ação até ao ponto de chegarem, como numa 'guerra química', a envenenar a vida de milhões de seres humanos indefesos".

GAUDIUM ET SPES CONCÍLIO VATICANO II


O documento, já em 1965, aponta para o fato de que muitos afirmam que o aumento da população do globo deve ser absoluta e radicalmente diminuído por todos os meios e por qualquer espécie de intervenção da autoridade pública.


"O Concílio exorta todos a que evitem as soluções, promovidas privada ou publicamente ou até por vezes impostas, que sejam contrárias à lei moral. Porque [...] a decisão acerca do número de filhos depende do reto juízo dos pais e de modo algum se pode entregar ao da autoridade pública. Mas como o juízo dos pais pressupõe uma consciência bem formada, é de grande importância que todos tenham a possibilidade de cultivar uma responsabilidade reta e autenticamente humana, que tenha em conta a lei divina, consideradas as circunstâncias objetivas e temporais; isto exige, porém, que por toda a parte melhorem as condições pedagógicas e sociais e, antes de mais, que seja dada uma formação religiosa ou, pelo menos, uma íntegra educação moral. Sejam também as populações judiciosamente informadas acerca dos progressos científicos alcançados na investigação dos métodos que ajudam os esposos na determinação do número de filhos, cuja segurança esteja bem comprovada e de que conste claramente a legitimidade moral".